“Quem concorre é empresa. OSCs precisam cooperar”

Diretor executivo do IGESC aponta desafios a serem vencidos para melhorar gestão de entidades sociais

 

 

No ‘1° Ciclo de Palestras Profissionalizar para Transformar o 3° Setor‘, realizado pelo Observatório do Terceiro Setor, o diretor executivo do Instituto de Gestão para Entidades da Sociedade Civil (IGESC), Alfredo dos Santos Junior, falou sobre os desafios para melhorar a gestão de uma organização da sociedade civil (OSC).

Sustentabilidade

Entre os 4 desafios listados, Alfredo aponta que é importante garantir a sustentabilidade por meio de parcerias com o Poder Público, e se aproximar do conceito de negócio social, em que o lucro da venda de produtos, ou serviços, da entidade é revertido para as ações da própria organização.

“Se você tem algum serviço para prestar, ou algum produto para oferecer, comece a pensar em vender. Isso ajuda na sustentabilidade da organização, já que é difícil manter a entidade apenas com doações”.

Além disso, o diretor diz que as parcerias com empresas também são essenciais, mas que a apresentação do projeto deve ser bem estruturada. “A empresa não dará dinheiro, e sim financiará projetos”, alerta.

“Há uma pessoa que vai avaliar tecnicamente a estrutura do projeto. Se há uma justificativa boa, assim como contexto, embasamento e objetivos claros”. Outro ponto importante para a apresentação do projeto é deixar claro como os resultados serão medidos e mostrar os indicadores de desempenho da organização.

Pensar de forma estratégica

Para o diretor, é preciso estar atento aos acontecimentos, para identificar oportunidades e ameaças. Santos Junior também chama a atenção para as mudanças que ocorrem na forma como o público da organização age.

“De que forma as outras entidades estão agindo? O que eu posso aproveitar? Não é porque sempre deu certo que vai continuar assim”, ressalta.

Trabalhar em Rede

Quem concorre é empresa. Organizações da Sociedade Civil (OSCs) precisam cooperar”, diz Alfredo em tom de crítica. Ele aponta que há riqueza na diversidade, já que o conhecimento, a experiência e as habilidades não são iguais.

“É preciso aprender a partilhar conhecimento e informações, experiências, práticas de sucesso e recursos excedentes”. Alfredo completa que projetos em conjunto também são uma boa estratégia ao reconhecer falhas na estrutura da organização.

“Se não há maneira de concorrer ao edital, por exemplo, por que não podemos tentar entrar em conjunto se isso for permitido?”.

O diretor também coloca que essa forma de trabalhar em rede amplia o Capital Social, que é o conhecimento e a experiência acumulados para que problemas sejam resolvidos e necessidades da organização sejam atendidas.

Desenvolver novas lideranças

Alfredo coloca que, para garantir a continuidade da organização, é necessário preparar um sucessor, assim como aprimorar a governança e preservar o conhecimento, trazendo para a organização novos olhares e habilidades.

Para formação de líderes da sociedade civil, o diretor aponta que é apenas nas OSCs que esses líderes serão formados. “As escolas estão prontas para formar profissionalmente. Nas organizações é que se aprende o conceito de cidadania”.

Por Caio Lencioni

Fonte: observatorio3setor.org.br

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